sábado, 17 de outubro de 2015

Dificuldades do jovem e o mercado de trabalho versus projeto de lei 2015/2015



Poderia falar várias coisas sobre este assunto. Porém partindo do preceito que o público alvo desse assunto, que são os jovens, professores e acadêmicos, já devam está inteirados sobre esse assunto, não vou me delongar muito. Quem é jovem e procura o primeiro emprego sabe que essa não é uma das tarefas mais fáceis de se realizar. As dificuldades são muitas. Mesmo com o conhecimento básico ou avançado da função, por não possuírem a tão almejada experiência na maioria das vezes são desprezadas pelo mercado de trabalho. É quando surge o conflito entre teoria e prática (essa dicotomia burra), quando na verdade elas deveriam estar integradas no processo de aprendizagem para que se possa produzir conhecimento.
Ao contrário do que muitos possam pensar, existem programas governamentais e privados de incentivo, mas a realidade é que ainda não comportam a demanda, muitas pessoas nem sequer chegam a ter conhecimento desses  projetos.
Mas esses são assuntos para um próximo artigo. Vamos focar aqui nas dificuldades que os jovens encontram para alcançar o tão esperado primeiro emprego. Antes vamos falar um pouco sobre o tal projeto que altera o artigo 3º da Lei nº 10.386, que criou o programa Bolsa Família.
A deputada federal Geovânia de Sá (PSDB/SC) protocolou um Projeto de Lei  2105/2015, que aumenta as condicionalidades (compromissos que devem ser cumpridos pela família) para permanecer no programa Bolsa Família. Com alteração no artigo 3º da Lei nº 10.386, que criou o programa a deputada incluiu exigência de matricula e certificado de conclusão em algum curso profissionalizante de pelo menos um membro da família que recebe o auxílio no prazo de até 90 dias após a inclusão no benefício.
Além disso, o currículo profissional do beneficiário do bolsa família deve ser incluído em cadastro ou banco de vagas das agências de emprego e na negativa de quatro propostas de emprego, os valores do programa serão suspensos. Na hipótese de rescisão sem justa causa do contrato de trabalho antes do direito ao seguro desemprego, os beneficiários só serão reativados, caso o currículo profissional volte aos bancos de agências de empregos.
Todo esse projeto é bonito na teoria. A excelentíssima só esqueceu de uma coisa. Não basta querer vir mudar leis por parte se não haver maior fiscalização nas empresas para apurar se  o número de funcionários condizem com tanto de aprendizes! O Brasil é um dos países, se não o único que mais cria e alteram leis, mas sem fiscalização não há possibilidade de sairmos do lugar. Quer mostrar serviço então não se preocupe só com o serviço a ser feito mais com a qualidade dele.
Não discordo que os participantes do Bolsa Família tenham que está se qualificando. O que é revoltante é que os representantes do povo parecem que a qualificação e o ensino não são as únicas dificuldades encontradas pelos jovens que desejam ingressar no mercado de trabalho.
É revoltante ver um país tão multicultural como um nosso, porém que não investe em uma educação de excelência. desde o ensino fundamental, passando pelo técnico até o ensino superior e pós-graduação. Este é apenas um dos gargalos da estadia do jovem fora do mercado de trabalho.
Além da questão da escolaridade vem a principal vilã da historia ao nosso ver que é aquela já conhecida pergunta excludente “você já tem experiência na área?” Ai já vem a primeira decepção, ele acaba perdendo a vaga para outra pessoa que já trabalhou na área. Pesquisas revelam que quanto mais tempo o jovem passa trabalhando numa empresa, mais fácil é para ele subir de cargo ou conseguir um novo emprego.
 Outro problema para os jovens é que as empresas não querem treina-los e prepara-los para os cargos oferecidos elas preferem pessoas que já trabalharam no cargo mesmo com uma escolaridade inferior assim elas podem “explorar” esse colaborador, pois o mesmo não tem muita instrução acadêmica.
Há ainda fatores ligado às politicas publicas e mercadológicas. Exemplo disso é o grau de regulação do mercado, ou seja, referem-se as politicas adotadas pelos nossos representantes. Já em relação ao mercado temos o custo de contratar e demitir. Muitas empresas ficam receosas em contratar um “inexperiente” e mandar seu tempo e dinheiro para o ralo.

Diante do apresentado quais seriam as soluções viáveis então?

A primeira e fundamental delas é não apenas da o peixe, mas ensinar como pescar. Isso quer dizer que investir em educação de qualidade. Ferramenta necessária para alcançarmos o tão sonhado desenvolvimento social. Vamos tirar o lema “Brasil, Pátria Educadora” somente dos discurso e vamos começar a dirigir nossos esforços para tal caminho. Os resultados do investimento podem até não serem imediatos, contudo, esse sacrifício vale a pena porque quando começarem a dar frutos serão exponenciais.
Não há como falar em qualidade no ensino pensando apenas nos alunos. A qualidade não parte apenas destes. Há que se treinar, qualificar, motivar, respeitar e remunerar muito bem os responsáveis pelo sucesso de tudo isso, que são os professores. Há que se estruturar melhor as escolas, dando o máximo de conforto para que professores e alunos sintam-se motivados.
Outra medida a ser tomada também é o combate a evasão de alunos. Temos programas governamentais e privados hoje que dão apoio aos jovem e crianças para que permaneçam na sala de aula. Incentivando assim a frequência e a qualidade de vida destes.
Outro ato imediato é erradicar o trabalho infantil. Sendo assim crianças até os 14 somente estudarem e participarem de programas sociais que tragam cidadania e lazer. Dos 14 aos 24 anos, além de estudarem esses jovens devem fazer curso e trabalharem como aprendizes em alguma empresa.
Cabe fazer também uma ampliação dos programas sociais do trabalho dos governos, principalmente do federal, como é o caso do carro chefe do governo que é o Pronatec e dos estaduais Projovem.
É isso. Esperamos que nossos representantes percebam que não basta apenas criar leis e o problema está resolvido. Como diz um ditado popular “de boas intenções o inferno está cheio”. Isto é, que as referidas intenções não eram realmente tão "boas" assim. Muito mais que criar leis, há que se fazer cumprir as leis! É para isso que existem os agentes fiscalizadores. Outra coisa que eles tem que ter em mente é que impactos positivos e/ou negativos essas leis podem trazer; ou se estas são apenas mais uma brecha para os oportunistas se aproveitarem.




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