Poderia falar várias coisas sobre este
assunto. Porém partindo do preceito que o público alvo desse assunto, que são
os jovens, professores e acadêmicos, já devam está inteirados sobre esse
assunto, não vou me delongar muito. Quem é jovem e procura o primeiro emprego
sabe que essa não é uma das tarefas mais fáceis de se realizar. As dificuldades
são muitas. Mesmo com o conhecimento básico ou avançado da função, por não
possuírem a tão almejada experiência na maioria das vezes são desprezadas pelo
mercado de trabalho. É quando surge o conflito entre teoria e prática (essa
dicotomia burra), quando na verdade elas deveriam estar integradas no processo
de aprendizagem para que se possa produzir conhecimento.
Ao contrário do que muitos possam pensar,
existem programas governamentais e privados de incentivo, mas a realidade é que
ainda não comportam a demanda, muitas pessoas nem sequer chegam a ter
conhecimento desses projetos.
Mas esses são assuntos para um próximo
artigo. Vamos focar aqui nas dificuldades que os jovens encontram para alcançar
o tão esperado primeiro emprego. Antes vamos falar um pouco sobre o tal projeto
que altera o artigo 3º da Lei nº 10.386, que criou o programa Bolsa Família.
A deputada federal Geovânia de Sá
(PSDB/SC) protocolou um Projeto de Lei 2105/2015, que aumenta as condicionalidades
(compromissos que devem ser cumpridos pela família) para permanecer no programa
Bolsa Família. Com alteração no artigo 3º da Lei nº 10.386, que criou o
programa a deputada incluiu exigência de matricula e certificado de conclusão
em algum curso profissionalizante de pelo menos um membro da família que recebe
o auxílio no prazo de até 90 dias após a inclusão no benefício.
Além disso, o currículo profissional do
beneficiário do bolsa família deve ser incluído em cadastro ou banco de vagas
das agências de emprego e na negativa de quatro propostas de emprego, os
valores do programa serão suspensos. Na hipótese de rescisão sem justa causa do
contrato de trabalho antes do direito ao seguro desemprego, os beneficiários só
serão reativados, caso o currículo profissional volte aos bancos de agências de
empregos.
Todo esse projeto é bonito na teoria. A excelentíssima
só esqueceu de uma coisa. Não basta querer vir mudar leis por parte se não haver
maior fiscalização nas empresas para apurar se
o número de funcionários condizem com tanto de aprendizes! O Brasil é um
dos países, se não o único que mais cria e alteram leis, mas sem fiscalização
não há possibilidade de sairmos do lugar. Quer mostrar serviço então não se preocupe
só com o serviço a ser feito mais com a qualidade dele.
Não discordo que os participantes do Bolsa
Família tenham que está se qualificando. O que é revoltante é que os
representantes do povo parecem que a qualificação e o ensino não são as únicas
dificuldades encontradas pelos jovens que desejam ingressar no mercado de
trabalho.
É revoltante ver um país tão multicultural
como um nosso, porém que não investe em uma educação de excelência. desde o
ensino fundamental, passando pelo técnico até o ensino superior e
pós-graduação. Este é apenas um dos gargalos da estadia do jovem fora do
mercado de trabalho.
Além da questão da escolaridade vem a
principal vilã da historia ao nosso ver que é aquela já conhecida pergunta
excludente “você já tem experiência na área?” Ai já vem a primeira decepção,
ele acaba perdendo a vaga para outra pessoa que já trabalhou na área. Pesquisas
revelam que quanto mais tempo o jovem passa trabalhando numa empresa, mais
fácil é para ele subir de cargo ou conseguir um novo emprego.
Outro problema para os jovens é que as
empresas não querem treina-los e prepara-los para os cargos oferecidos elas
preferem pessoas que já trabalharam no cargo mesmo com uma escolaridade
inferior assim elas podem “explorar” esse colaborador, pois o mesmo não tem
muita instrução acadêmica.
Há ainda fatores ligado às politicas
publicas e mercadológicas. Exemplo disso é o grau de regulação do mercado, ou
seja, referem-se as politicas adotadas pelos nossos representantes. Já em
relação ao mercado temos o custo de contratar e demitir. Muitas empresas ficam
receosas em contratar um “inexperiente” e mandar seu tempo e dinheiro para o
ralo.
Diante do apresentado quais seriam as soluções viáveis então?
A primeira e fundamental delas é não
apenas da o peixe, mas ensinar como pescar. Isso quer dizer que investir em
educação de qualidade. Ferramenta necessária para alcançarmos o tão sonhado
desenvolvimento social. Vamos tirar o lema “Brasil, Pátria Educadora” somente
dos discurso e vamos começar a dirigir nossos esforços para tal caminho. Os
resultados do investimento podem até não serem imediatos, contudo, esse
sacrifício vale a pena porque quando começarem a dar frutos serão exponenciais.
Não há como falar em qualidade no ensino
pensando apenas nos alunos. A qualidade não parte apenas destes. Há que se
treinar, qualificar, motivar, respeitar e remunerar muito bem os responsáveis
pelo sucesso de tudo isso, que são os professores. Há que se estruturar melhor
as escolas, dando o máximo de conforto para que professores e alunos sintam-se
motivados.
Outra medida a ser tomada também é o
combate a evasão de alunos. Temos programas governamentais e privados hoje que
dão apoio aos jovem e crianças para que permaneçam na sala de aula.
Incentivando assim a frequência e a qualidade de vida destes.
Outro ato imediato é erradicar o trabalho
infantil. Sendo assim crianças até os 14 somente estudarem e participarem de
programas sociais que tragam cidadania e lazer. Dos 14 aos 24 anos, além de
estudarem esses jovens devem fazer curso e trabalharem como aprendizes em
alguma empresa.
Cabe fazer também uma ampliação dos
programas sociais do trabalho dos governos, principalmente do federal, como é o
caso do carro chefe do governo que é o Pronatec e dos estaduais Projovem.
É isso. Esperamos que nossos
representantes percebam que não basta apenas criar leis e o problema está
resolvido. Como diz um ditado popular “de boas intenções o inferno está cheio”.
Isto é, que as referidas intenções não eram realmente tão "boas"
assim. Muito mais que criar leis, há que se fazer cumprir as leis! É para isso
que existem os agentes fiscalizadores. Outra coisa que eles tem que ter em
mente é que impactos positivos e/ou negativos essas leis podem trazer; ou se
estas são apenas mais uma brecha para os oportunistas se aproveitarem.
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